quarta-feira, dezembro 31, 2003

vou passar a meia noite sozinha na frente de um bar deprimente
última música do ano

shit luck

this plane is definately crashing
this boat is obviously sinking
this building's totally burning down
(enough! enough!)
and my heart has slowly dried up


Não volta pra trás. Por favor, não volta pra trás.
[20:34:00] ||-= ANPHISBENAH=-||: phibes.com.br ?
[20:35:08] Snot: phibes.com.br
[20:35:10] Snot: tá decidido
[20:35:13] Snot: pode registra
[20:35:14] Snot: :D
[20:36:00] ||-= ANPHISBENAH=-||: ok ja ta registrado
[20:36:10] Snot: ui
[20:36:10] ||-= ANPHISBENAH=-||: agora é só esperar a propagação do dominio
[20:36:13] Snot: i think i just had a tinny orgasm
[20:36:19] ||-= ANPHISBENAH=-||: haha
Sea and Cake: bom se o garagem nao tiver bom, podemos ir pra limi e silva, ou sei lá...
Snot: arram
Snot: dae a gente inventa alguma coisa
Snot: nem q eu vá pra rodoviaria bebe
Depois eu escrevo.
Empty again.
O que tá acontecendo?

terça-feira, dezembro 30, 2003

Purples, sobre a frase: é uma paráfrase. Eu recitei uma frase dela com as minhas palavras. hehehe

segunda-feira, dezembro 29, 2003

No fim, ele voltou e eu não acabei a minha lista. E nem postei mais no DJ.

Sexo.
Quits: leaozinho (Leaving: sentido? vou procurar algum na gaveta .___________. )
[@Phibes] eu já olhei lá
[@Phibes] nao tava
[@Phibes] ¬¬

domingo, dezembro 28, 2003

Ele voltou.
=/

(?)
Ele voltou.
=)
Eu estava olhando os hoteis de um pacote lá e olhem isso:

The rooms are dorm style and have 4-8 beds in them with a private bathroom. If you have a party of 4 or more then you can have a private room. If not, you will be bunked up with other people on the event. All girl rooms are available upon request (for girls only!).

Muito bom.
Texto do DJ que eu quis colocar aqui também. Aliás, vou colocar mais coisa lá ainda hoje.

Plantão Globo de Notícias

*Ana Paula Padrão*

Acabamos de ser informados da morte da primeira vítima brasileira do vírus do tédio, transmitido pelo mosquito tedius dusinfernis. O caso ocorreu em Porto Alegre, e a vítima, uma jovem de 21 anos, após 2 dias hospitalizada, acabou morrendo.
Vamos agora ao vivo com a reporter Júlia de Castro, diretamente de Porto Alegre.
Júlia, apareceram mais casos de tédio em Porto Alegre?

*Júlia de Castro*
Outros quinze casos já apareceram aqui em Porto Alegre e outros três em Canoas. Os pacientes estão todos em UTIs e em estado grave. Os médicos não sabem o que fazer, já que este é um caso novo e ainda desconhecido.

*Dr. Pedro Oliveira Rodrigues*
Infelizmente, nós não temos ainda uma cura. É possível dizer que não existe chance de recuperação destes pacientes já infectados. Temos agora é que acabar com a causa.

*Júlia de Castro*
Júlia de Castro, de Porto Alegre.

*Ana Paula Padrão*
Obrigado, Júlia.
Estaremos de volta a qualquer momento com mais informações.
Ana Paula Padrão direto do Plantão Globo de Notícias.
lista de coisas que eu quero fazer antes de morrer
(afinal, eu tenho a noite livre então sempre que lembrar de algo, virei aqui editar o post. leiam só quando eu avisar que acabei.)

- - - Ver um show do Misfits no dia 31 de Outubro em NY
- - - Ver um show do Hatebreed, também em NY
- - - Foder um cara ai que eu não vou falar o nome por que não dá pra todo mundo ficar sabendo disso (mas é um gay, com incontinencia urinária. entenderam?)
- - - Morar em LA
- - - Ir na casa do Fante em Hollywood
- - - Ir na casa do Buk em Hollywood
- - - Publicar um livro
- - - Escrever um livro
- - - Conhecer o Irvine Welsh (apesar de concordar com o buk de que os deuses não devem ser perturbados, mas eu tenho que dizer uma coisa pro cara, então...)
- - - Conhecer esta cidade. Me darei o direito de fazer um micro post aqui. Olhem esta página, da cidade esta. Eu estava aqui procurando sei lá oque e acabei ai. E acabei começando a viaja demais na porra da cidade e imagina umas bobagens aqui e decidi que eu preciso ir pra lá. E outra, Purples e Smash, olhem a página porque ela tem uns negócio de html muito afude. Tipo, procurem aqui o mapa interativo da Cidade de Angra. Tipo é muito afude porque tem informações sobre onde fica tudo na cidade e tal. Tudo com endereço e telefone. Enfim, era isso.
- - - Ir pra uma Cannabis Cup
- - -
Quem precisa de amor quando se tem dinheiro suficiente pra fugir cada vez que tu se enrasca?
Dinheiro pode não comprar amor, mas quem precisa dessa merda mesmo?
E outra. Eu não tenho grana nenhuma e só me enrasco.
E saúde dinheiro compra sim.
E não duvido que o Jerry aceite ser comprado.
Tudo bem, não se ele ficou triste. Mas pergunta se ele ficou indiferente ao fato.
Quits: Arrua ("Certas derrotas preparam-nos para grandes vitórias.")

Então eu ainda ganho na Mega Sena. Acumulada.
Aliás, ontem eu e a junkie estavamos discutindo uma coisa: quem foi o idiota que falou que dinheiro não trás felicidade? Em quantidades enormes ele trás sim. Pergunta pro Catarino, que ganhou os 40 milhões da Mega Sena, se ele ficou triste.
Trailer trash

Eating snow flakes with plastic forks
And a paper plate of course
you think of everything
Short love with a long divorce
And a couple of kids of course
They don't mean anything
Live in trailers with no class
goddamn I hope I can pass
high school means nothing
Taking heartache with hard work
Goddamn I am such a jerk
I can't do anything
And I shout that you're all fakes
And you should have seen the look on your face
And I guess that's what it takes
When comparing your bellyaches
And it's been a long time
Which agrees with this watch of mine
And I know that I miss you
And I'm sorry that I dissed you


Eu sei o que é 'dissed'.
hahahahahhahahaha

sábado, dezembro 27, 2003

sexta-feira, dezembro 26, 2003

E hoje é apenas 26 de Dezembro. Este ano não vai acabar. Eu estou avisando isso faz um bom tempo.
Sabe o que é chato? Ser acordada por uma pessoa que só sabe te criticar e ter que ficar ouvindo reclamações a teu respeito. Eu não me lembro da última vez que ele me fez um elogio. Mas eu me lembro que no primeiro dia que ele chegou aqui em casa ele reclamou da saia que eu estava usando, da louça suja na cozinha, da hora que eu fui dormir, do programa que eu queria ver na TV, dos meus ratos e dos livros que eu leio. Isso foi no primeiro dia. E a gente vai ter que passar 60 dias juntos. Exatamente os 60 dias que eu pretendia passar com o Richard, mas enfim. Eu entendo. Eu sei que ele está doente. Eu tenho pena dela. Pena, não é outro sentimento mesmo. É só pena. Eu não engulo essa idéia de que a gente tem que amar alguém só porque ela é 'família'. Não me vem com essa. Se uma pessoa é ruim, só te faz triste, só reclama de ti, porque diabos tu vai amar ela e querer ela por perto? Eu e ele só nos damos bem quando estamos longe. Quando a gente morava juntos eu vivia dentro do meu quarto só pra não ter que conviver com ele. Eu não via TV por que isso significaria ter que ir para a sala e eu não podia correr este risco. A única coisa que a gente fazia juntos era almoçar, mas a gente não conversava.
E sabe do que mais? Eu não sou a única que não quer ele por perto. Por que diabos vocês acham que ele está na minha casa? Por que eu convidei? Por que aqui é o mais confortável? Ou por que ele não tinha outro lugar para ir por que ele não foi aceito nas casas das minhas irmãs? Exato. A última resposta. Ninguém consegue conviver com ele, então acharam desculpas pra não recebê-lo. Eu não tinha desculpas para dar.
Uma das minhas irmãs falou que não podia receber ele em casa por que ela mora em um apartamento de dois quartos. Um é dela e o outro é da minha sobrinha. E ela não poderia deslocar a minha sobrinha por que só agora ela aprendeu a dormir no berço e ela não acha justo. E se ele foi ficar no mesmo quarto da minha sobrinha, ela não vai conseguir dormir direito por que o meu pai ronca e é barulhento, no geral.
A minha outra irmã foi proibida pelo marido. Ele falou que como a minha irmã está gravida de 8 meses e o médico mandou ela repousar não era uma boa idéia ele ficar lá por que a minha irmã ficava muito estressada. Mas a verdade é que ela não andava estressada por causa disso. Na verdade, ela nem estressada estava. Mas ele, o meu cunhado, se viu na obrigação de ficar fazendo sala e ter que passar as tardes todas aguentando ele. E ninguém consegue fazer isso.
O que mais me incomoda é que eles tem casas grandes, empregada, televisão, pessoas entrando e saindo. Aqui em casa eu fico sozinha o dia todo, não tenho empregada (nem mesmo comida) e não tem outro canal a não ser Globo. O meu sofá não é confortável e eu só tenho uma cama, a minha. Eu não durmo de noite, eu durmo de dia. Eu não tenho nada pra falar com ele. Nenhum assunto. A gente não se dá bem e ele me acorda de manhã pra reclamar de alguma coisa que não me faz sentido.
Eu fui fazer um negócio pra comer e não me deu vontade de lavar a louça na hora. Deixei ali na pia pra lavar depois. Ai ele reclama. Eu quero sair de saia num dia que não tem sol, ele reclama que eu vou passar frio. Eu quero comprar um livro, ele reclama que e compro livros demais pro gosto dele. Eu não tenho sono e ele quer que eu durma. Eu tenho que fazer tudo do jeito dele, na hora que ele quer e do jeito que ele manda eu fazer. Durante dois meses.
Falei com a minha irmã e ela concorda comigo. Isso não vai dar certo. Então nós vamos fazer uma reunião com todos e vamos fazer um rodízio. Vamos ver quando tempo ele precisa passar aqui e vamos dividí-lo em três. Cada uma fica um tempo com ele e era isso. Melhor do que nada. Até por que, se ele me irritar muito,eu vou sair de casa.

quinta-feira, dezembro 25, 2003

domingo, dezembro 21, 2003

Eu não sou uma pessoa ruim. Eu sou uma pessoa chata.
Eu preciso ficar sozinha.
Eu sei que agora eu provavelmente deveria ter atendido o telefone. Mas é preciso ter humor pra fazer estas coisas. Se não fica forçado. Aí não é legal. Então eu não atendi. Tchauzinho. Té semana que vem.
I wanna live in a city with no friends or family
I'm gonna look out the window of my color T.V.
I wanna remember to remember to forget you forgot me
I'm gonna look out the window of my color T.V.
Through the cracks in the wall
Slow motion for all
Dripped out of the bars
Someone smart said nothin' at all
I'm watching T.V.
I guess that's a solution
They gave me a receipt that said, I didn't buy nothin'
So rust is a fire and our blood oxidizes
My eyes rolled around, all around on the carpet
Oh hit the deck, It's the decal man
Standin' upside down and talkin' out of his pants
I wanna live in a city with no friends or family
I'm gonna look out the window of my color T.V.

I don’t know but I’ve been told
You never die and you’ll never grow old

Modest Mouse - A different city
Três da manhã.
Ou então faz brownies.
Ai ele fala que vem pra minha casa. Eu limpo tudo, acabo com as drogas da casa. Passo uma semana sem fumas dentro de casa. Ai ele não vem. E eu mea nimo e compro 50gr. Ai ele liga e avisa que está chegando dentro de dois dias. E aí? Tu faz oque? Enfia no cu.

sábado, dezembro 20, 2003

Por que eu ainda atendo o telefone?
Eu penso sobre isso. Mas depois esqueço e atendo denovo. E me enrasco mais. Não, não enrascou de vez ainda. Mas foi completamente inesperado e eu fiquei meio 'hein?'. Mas baço é foda. Ainda não percebeu nada.
hehehe
Eu ainda não arrumei os comentários né? Purples, preciso, pela milhonézima vez, te pedir a senha. E o login. hehe
Pelo menos quando eu não tinha telefone eu não passava por essas. Eu ainda não sei porque eu ainda tenho essa merda. Ou melhor, eu não sei porque eu ainda atendo essa merda.
[Smash] AWAYSnot
[Smash] fala ae
[AWAYSnot] pera...to esperando no 102 pra pedi o tel do restaurante arabe lá
[AWAYSnot] hehe
[AWAYSnot] baalbek
* AWAYSnot agora é Snot
[Snot] é foda
[Snot] a gente qué come comida arabe
[Snot] passa o dia pensando
[Snot] ai decide o que vai pedi
[Snot] se lembra q não tem o número
[Snot] liga pro 102
[Snot] fica ouvindo 'ligue ligue ligue 14, 14 no seu celular'
[Snot] até te atenderem
[Snot] ai tu pede o número do baalbek
[Snot] q obviamente
[Snot] o cara não sabe escreve
[Snot] ai tu começa a soletrar
[Snot] ai ele acha
[Snot] e te avisa q pra informa custa R$1,38
[Snot] tu tá com tanta vontade de come
[Snot] q tu paga
[Snot] ai tu liga pro baalbek
[Snot] e são 11:18
[Snot] e os pedidos fecham as 11
[Snot] é foda
[Snot] to dizendo
[Snot] ¬¬

sexta-feira, dezembro 19, 2003

quarta-feira, dezembro 10, 2003

Natália Rodrigues, DESLIGAAAAAAAAAAAAA.
- Compro o que?
- Um elefante.
- Quê?

...

Que teto.
Modest Mouse, pessoas. Modest Mouse.
Bom, o pai tá bem. A cirurgia correu sem problemas. Ele tá conseguindo comer já. Agora só faltam os cinco anos de quimio e radio.

sábado, dezembro 06, 2003

Blogger COERENTE.
Pessoas que desligam o celular porque não querem atender, ME LIGUEM. Não que eu vá atender.
A gata da Nicka deu filhotes. Ela vai me dar um todo preto. Amei. O nome vai ser Modest Mouse. Muito certo que eu vou chamar ele de Rato Modesto. Ou não. hehehehe
Muito obrigado a todos que foram ontem no Cavanhas. Aline, Diego, junkie, Nicka, Purples, Ana, Clas, Dani e Profaner. POUCAS cervejas. POUCAS risadas. Saudade disso.

P.S.: Encontrei o Cristian na Lima & Silva. "Sumida, hein? Vê se aparece. Tô com saudade." Arram. Mas, olha...apesar e tudo, DESLIGAAAAAAAAAAA.

sexta-feira, dezembro 05, 2003

Mais um candidato ao Prêmio Palhaçada do Ano. A Unimed. Mas como acho difícil ganhar, quero pedir uma prêmio especial dentro do Palhaçada do Ano. O prêmio Cris do Ano, que vai ter como 'estatueta' um repolho, pra quem fez a maior tosquice do ano. (Hmmm...Si pá eu ganho esse.) Enfim. A Unimed.
É foda. O cara passa a vida pagando um plano de saúde. Aí tem uma emergência e o plano de saúde quer cobrar pelas coisas. Pra transferir o meu pai de SM para POA era preciso uma ambulância. Certo. Fui eu e o meu cunhado na Unimed explicar o caso. Falamos que ele precisava ser removido pra POA pra uma cirurgia. Que era um caso de urgência. Que a cirurgia tinha/tem que ser feita o mais rápido possível. Sabe o que eles disseram? Que a remoção de paciente não está no plano, a não ser que seja pelo UniAir, mas que também é só pra alguns casos. Ou seja, pra trazer ele pra POA eles queriam cobrar R$1.250,00. Mas baixavam pra R$1.000,00. Eu achei/acho um absurdo. O meu cunhado falou uma coisa muito engraçada pra mulher. Que o pai não estava querendo uma viagem de graça, que ele não estava vindo por opção ou por diversão (isso ofendeu a mulher que achou que ele tinha entendido que ela não considerava importante o caso do pai. aparentemente ela não entende o significado de 'força de espessão'.), que ele estava vindo porque não tem um especialista em SM e não tem o equipamento (um acelerador de moléculas) necessário para o tratamento pós operação. Mesmo assim ela falou a mesma coisa. Papagaio. 'A remoção de pacientes não está no contrato, a não ser pelo Uni Air, ma sque tem restrições. A ambulância tem que ser paga por fora, por quilômetro rodado'. Certo.
Fomos ver uma ambulância particular e saia R$500,00. Adivinhem com qual ele veio? Certo.
Depois nós fomos ver como fazer pra pedir a requisição da cirurgia. Mais problemas aí. Primeiro era preciso pegar um laudo médico informando a Unimed que o paciente será transferido pra outra cidade e explicar os motivos. Fizemos isso. Levamos lá o papel. Ai, este papel vai para uma auditor, cujo trabalho é ser chato e saber todas as cláusulas do contrato e fazer com que todas sejam respeitadas. Total mecânico. Isso tudo é só pra deixar eles sabendo que isso vai acontecer. Depois, esta semana, temos que pegar aqui os papéis com o médico pra fazer a requisição de verdade.
Além do negócio da ambulância eu fiquei de cara com outra coisa. Eles não cobrem todo o tratamento. A gente vai ter que pagar 20% de tudo (médicos, cirurgia, hospital) por que é em outra área. A Unimed do pai é de SM, e ele vai se operar em POA. Não faz muito sentido, mas não tem opção. E não duvido que a gente processe eles depois. Existem milhões de casos semelhantes. E sempre ganha o cliente por que os juízes consideram abusivo o tratamendo dos planos de saúde. E realmente é. Se não existe tratamento no lugar onde a pessoa fez o plano e ela não tiver como pagar pra ir pra outra cidade, fica como? E se a gente tiver que pagar 20% de todo o tratamento posterior, quanto custa isso? Óbvio que não vamos deixar de fazer, mas é um gasto completamente inesperado. Eles querem que eu tire o dinheiro de onde? Maianus? Será que tem um acelerador de moléculas em Maianus?
Enfim, a Unimed é uma toquice. Tokos! Filhos da puta. Caras de pau. Vigaristas. Sempre dando um jeito de tirar mais um pouco de grana das pessoas. O negócio da ambulância é um absurdo. O plano é justamente pra isso. Pra quando tiver uma emergência, tu ter a segurança que vai poder se tratar. Não vai precisar ficar se preocupando com o dinheiro e poder ter o tratamento adequado. Seja ele pra uma unha encravada ou uma cirurgia no cérebro. E a ambulância deles, do convênio, é mais cara do que uma particular. Como assim? COERENTE isso. COERENTE. Olha, ainda estou por conhecer algo tão COERENTE assim. Vão se foder. Bando de pau no cu. Como eles sabem que é emergência e que a pessoa precisa ir, tem a cara de pau de cobrar por fora. O dobro do preço, ainda por cima. Tokos. Cris style. Repolho pra vocês. Depois que tudo isso acabar eu vou ir numa Unimed levar um repolho. Juro.
Não sei porque diabos o Blogger funciona tão mal aqui na casa da minha irmã.
Date: Wed December 3 2003, 09:06
From: DeadJournal.com
To: Dalila Phibes
Subject: Ya made it another year! Happy Birthday!
Message:

Happy Dead-day Dalila Phibes!!

According to our records (if you filled in the stuff correctly) you have been alive for yet another year! Just think of all the pain and suffering your mother went through to birth you on this very day! I hope it was all worth it for her! :)

Seriously, do have a good birthday, and party hard for all of us here at DeadJournal.com!

--
DeadJournal.com
http://www.deadjournal.com/


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By far, o melhor email de aniversário que eu já recebi. E o mais apropriado também. Happy Dead-day Dalila Phibes!! Perfeito.
Bom. Vou explicar tudo aqui por que ando meio cansada de ter que contar pra cada um o que está acontecendo. Até porque as minhas irmãs são mais nervosas do que eu e vivem se confundindo sobre o que está acontecendo e sempre sobra pra mim contar o caso.
Vamos por partes.
Fui pra Santa Maria. Não tinha data certa para voltar pra Porto Alegre. Chegando lá, o médico do pai fez uma reunião com toda a família pra nos explicar o que estava acontecendo. Ele falou que o câncer do pai é sério, requer uma cirurgia delicada, que em Santa Maria não tem ninguém especializado nesta área de pescoço (inicialmente achavam que era só nas amídalas, mas quando abriram ele pra retirar este tumor, viram que já estava espalhado pelo pescoço) e também não tem o equipamento de radioterapia que ele vai precisar para depois. Então a recomendação dele era mandar o pai pra um especialista no assunto. Existem dois grandes médicos oncologistas especialistas em pescoço no Brasil. Um deles em Porto Alegre.
Isso foi muito bom. Assim ele fica perto das filhas, da famíla, tem o tratamento adequado. Vai ficar morando com a minha irmã até acabar as quimios e radioterapias. Vai ficar bem cuidado. Nós não iamos poder ficar em SM com ele. E lá ele só tem a Suzana, que tem o trabalho dela e não ia poder ficar com ele e, além disso, e com todo o respeito do mundo, não é família. Aqui eu e as minhas irmãs vamos cuidar dele. Quando uma não pode, tem mais duas pra quem recorrer. Além dos cunhados, as netas, os amigos, os médicos mais preparados e os equipamentos. O próprio médico em SM falou que é muito diferente ele se operar lá com um oncologista que opera pescoço uma vez por ano do que com um cara que há 33 anos só faz isso. Concordo.
Bom, providenciamos a vinda dele pra POA o mais rápido que conseguimos, e hoje de tarde já estavamos no consultório do médico que vai operar ele. O consultório dele fica no centro clínico da PUC. Sim. Do lado do São Lucas. E a cirurgia vai ser lá. Ironia pouca é bobagem. A minha mãe morreu no São Lucas, não que tenha qualquer relação, mas eu não pretendia voltar lá um dia. Achei um dos lugares mais frios em que já estive.
O médico, Doutor Nedio Steffen, é um cara legal. Gostei bastante dele. É um cara bem realista, fala o que tem que ser dito, não esconde nada. Falou que realmente é uma cirurgia delicada. Que eles vão ter que abrir o pai e fazer uma limpeza por dentro dele e retirar todo o tumor. Que nisso vai sair uns 280 gr de coisas do pescoço dele, entre pele, músculos, veias, carótida e afins. Que a cirurgia tem sequelas. Provavelmente ele vai ficar com o ombro um pouco caido, que ele vai precisar de fisioterapia depois de sair do hospital. E que tem um nervo facial que provavelmente vai ser removido também. O nervo que comanda o canto da boca. Mas que ele prefere tocar no nervo mas tirar todo o tumor, do que não querer chegar perto do nervo e deixar tumor junto com ele. Todos concordamos. Mais tarde até o meu pai estava fazendo piada com isso. Disse que vai começar a fumar cachimbo pra disfarçar. Fumar maconha, claro. Tá, é mentira. O cara com um câncer na garganta não vai fumar, mas ele aceita chá de maconha, o que vai ser legal de ver.
A cirurgia está marcada pra Segunda-feira de tarde. É provavel que em cinco dias ele tenha alta do hospital e já vá pra casa comendo pela boca. A única coisa que não é certa ainda é se ele já vai estar respirando pelo nariz. A traqueia (?) dele está muito apertada por causa do tumor, então na primeira cirurgia eles precisaram fazer uma traquiostomia porque não deu pra passar os tubos. Deve ser um saco não poder falar. Ainda mais quando tu tem que responder um monte de coisas e, aparentemente, eu sou das únicas pessoas que entende bem ele só lendo os lábios. Todos aqueles anos de prática em não dar ouvidos pra ele estão finalmente valendo pra alguma coisa. Humor negro pouco é bobagem também. E outra, quando ele se acidentou de carro ele também precisou de uma traquiostomia e eu era a enfermeira que cuidava disso. Fazia os curativos, limpava, tirava o catarro. Eu tinha doze anos. As minhas irmãs tinham nojo. Frescas.
Bom, claro que estamos todos meio nervosos e apreensivos, mas confiantes. Claro, câncer é uma doença difícil, mas não adianta nada ficarmos todos agindo como se ele fosse morrer na mesa de cirurgia. Não vai. Eu realmente confiei neste médico. Ele parece absurdamente seguro do que está fazendo. E parece muito sério quanto ao que está fazendo. Ele grava em vídeo as consultas. Enfiou uma câmera pelo nariz do pai e outra pela garganta. Gravou tudo. Depois nos mostrou o que era a cirurgia que ele vai fazer. Explicou os procedimentos. Falou da recuperação. Mostrou vídeos de pacientes dele que passaram pela mesma cirurgia. Nestes vídeos eles mostrava como fica a cicatriz, como fica um pouco afundado o pescoço por causa dos músculos que vão ser retirados. Realmente explicou tudo, todas as nossas dúvidas.
Mas como eu ia dizendo, o medo não é a cirurgia, mas o pós-operatório. O tratamento. E os cinco anos seguintes que ele vai ter que se cuidar. O negócio é dar tempo ao tempo. Não adianta ficar nervoso porque não vai ser uma coisa que vai ter resultado imediato. Temos que esperar. E neste meio tempo, tentar ser o mais positivo possível pra não deixar ele desanimar também.
É triste ver ele assim, sem poder falar. As vezes ele fica olhando pro nada, ai escorre uma lágrima do olho. Alguns assuntos são proibídos por perto dele. Como a minha mãe. Quando falam dela, ele enche os olhos de lágrima e fala em como seria bom ter ela do lado dele agora. Ela realmente era uma mulher forte. E passava muito isso pra ele. Muito mesmo. Mas ainda tem três filhas aqui e a gente não vai deixar ele se entregar. E tem o irmão dele também que falou que o que for preciso vai ser feito. Que não existe opção. Ele vai se curar. Se tiver que levar pra São Paulo (onde fica o outro fodão do assunto no Brasil), vamos pra São Paulo. Vamos fazer o máximo possível.
Tirando isso, a minha viagem pra SM foi bem mais rápida do que o esperado. Só deu tempo de dar uma passada no estúdio (no caminho pra Unimed) e dar um 'oi' pro pessoal lá. E de noite eu vi o Orlando, o Preto e o Otávio, mas nem deu tempo de matar a saudade direito. Mal deu pra conversar. Assim que as coisas se acalmarem eu quero voltar pra lá e passar um dia inteiro do lado do Smash. E do Preto. E do Roger e da Joci. Tá, preciso de vários dias em SM.
Acho que está tudo explicado. Agora as minhas cordas vocais querem tirar férias das palavras 'linfoma', 'malígno' e 'carótida'. E obrigada a todos que comentaram e tal. Eu sei que posso contar com algumas pessoas ainda. Maninhas, todas vocês (se eu decidir citar nomes, vou acabar esquecendo alguém), amo vocês. Léo e Smash, nem preciso dizer. E jason, eu estava falando sério. E Isaac Brock, DESLIGA. E Sym, me absorve então. E né, é nóis.

quarta-feira, dezembro 03, 2003

"Lately, it feels like brain cells are not doin' it for me anymore."

>>> Eu, conversando com uma pessoa pelo KaZaA
Não estou com saco pra terminar de arrumar o template agora. Mas estou com vontade de escrever um pouco.
Cortei o cabelo hoje. Ficou legal. Recebi um pagamento de um trabalho que fiz pra Stemac. Isso também foi legal.
Ganhei presentes de aniversário hoje. Blusas de uma irmã e um livro da outra. Legal.
O livro? A clockwork orange. Em inglês. Muito muito muito legal mesmo.
Comprei também o 'Pulp' do Bukowski e o 'The catcher in the rye' do Salinger. Legal.
=)
A cirurgia do meu pai não foi muito bem. Ele está bem, mas o caso é mais sério do que o esperado. O câncer está espalhado pelo pescoço todo. Eles tiraram as amídalas e agora vão fazer outra biópsia. Dependendo do resultado ou ele vai precisar de outra cirurgia pra retirar o resto do tumor, ou ele vai pra quimioterapia. E eu achando que tudo ia se resolver facilmente. E eu achando que ‘the worst is over’. E eu achando que ele ia voltar logo pra Fortaleza, onde ele parecia ser feliz. Eu queria que ele ficasse feliz. Ainda estou pra conhecer alguém tão forte quanto o meu pai. O coitado parece que não tem sorte mesmo. Tudo fode na vida dele.
Perdeu um irmão quando ainda era criança. Perdeu o pai e a mãe. O outro único irmão dele mora em São Paulo. Perdeu a mulher que era a única companhia leal que teve. ‘Perdeu’ as filhas para outras cidades, outros homens, outras drogas, outras coisas. Nasceu de uma família classe média. Estudou e trabalhou bastante para conseguir levantar o nível de vida da família. Perdeu todo o dinheiro que tinha. Se afundou nas bebidas, o que não ajudou muito para manter o pouco que ainda restava. Passou a ser sustentado pela sogra e pelo trabalho da sua mulher. Parou de beber. Conseguiu parar de beber. Muita gente não tem tanta força de vontade assim. E, mesmo depois de tudo isso, ele não desistiu. Voltou a trabalhar, e o melhor de tudo é que era em uma coisa que ele gosta de fazer. Estava conseguindo ir em frente com esses projetos quando descobriu o câncer.
Eu não consigo evitar em sentir pena dele. Eu não consigo evitar em pensar que eu tenho que ir pra lá de uma vez. Eu tenho a sensação de que ele vai acabar morrendo mais cedo do que o esperado. E não sei se isso é uma coisa ruim ou não. É muito chato ter que ver ele triste, chorando, com medo. E eu sei que ele está com medo, apesar de parecer confiante. Todos estamos com medo e fingimos estar confiantes na frente um dos outros. Ninguém quer demonstrar medo pra não assustar os outros, mas ninguém consegue manter o assunto por mais de cinco minutos sem desviar o olhar.
Câncer é foda. Não tem cura. Não tem remédio. Tem um tratamento que funciona em um terço dos casos. Um terço. Uma pessoa em casa três consegue se curar com quimioterapia. E as outras duas? Desistem? Não existe mais nada para se fazer depois da quimioterapia? Acho que não. E a quimioterapia é um tratamento longo, cansativo, desgastante. Se ele for pra quimioterapia, todos nós iremos para a quimioterapia. Todos estaremos sofrendo em ter que ver ele emagrecer, perder cabelo, ficar fraco, com enjôos, vomitando. E a depressão que isso causa. Eu me lembro de quando ele tinha depressão. Me lembro perfeitamente da imagem da minha mãe entrando no quarto e eu fiquei sentada na escada, espiando dentro do quarto. As luzes estavam apagadas, a janela fechada e o meu pai dormindo, de costas para o espelho que tinha do lado da cama dele. A mãe foi levar comida pra ele. Se a gente não levasse, ele não comeria. Não que ele comesse quando a gente levava. Aquele dia ele não quis comer. Uns minutos depois a mãe saiu do quarto, com a bandeja de comida intocada nas mãos, chorando.
Chorando. Eu estou chorando. Eu estou com medo. Eu tenho medo de ele morrer e eu não conseguir dizer nada pra ele. Eu queria dizer alguma coisa que fizesse alguma diferença, mas eu não sei o que. Eu nem sei o que eu sinto. Eu não gosto muito de pessoas e sei me virar bem na ausência delas. Sei que ele vai morrer um dia, como todo mundo vai, e acho que já estou conformada com a idéia. O meu medo maior não é de ele morrer, mas de ver ele sofrer. Apesar de não morrer de amores por ele, de odiar muita coisa que ele fez e faz, de não conseguir me relacionar com ele, de saber que a gente só se dá bem quando temos, no mínimo, cem quilômetros nos separando, eu não quero ver ele sofrendo mais. Família a gente não escolhe, por isso eu acho um absurdo as pessoas terem que amar a sua família. Algumas pessoas porque não merecem amor, de qualquer forma mesmo, mas outras porque simplesmente a gente não se dá bem. Eu não me dou bem com a minha família mas sei que eles vão sempre estar ali pra mim. Assim como eu vou estar aqui pra eles. É hipocrisia demais querer que os outros estejam lá, e virar as costas quando eles precisam de ajuda. E, claro, de certa forma, tudo é amor, só que em níveis diferentes. Eu amo o meu pai e não quero ver ele passando por dificuldades. Mas não sei se devo dizer isso pra ele. ‘Eu te amo’ não é uma frase muito usada entre eu e ele. Me sentiria uma imbecil, uma mentirosa até, em falar isso agora.
Enfim. Nada disso importa. Só o que vem ao caso agora é que eu estou indo para Santa Maria e não sei quando volto. Mas na volta eu vou fazer a minha tão falada festa de aniversário. Manterei vocês avisados. E obrigado a todos que ainda me aguentam e me escutam e me deixam chorar (shhhhhhhht junkie).
Parabéns pra mim,
Nessa data COERENTE,
Muitas infelicidades,
Poucos anos de vida.
Ler. É isso que eu tenho feito. Eu leio e leio e leio e quero cada vez mais ler. Li '1933 foi um ano ruim' do John Fante. É legal. É Fante. É a cara dele. Ando com vontade de ler o 'Pergunte ao pó' de novo. Eu gosto dessas coisas estilo 'vida besta' que ele escreve. Tanto que li o '1933...' duas vezes já.
Li um livro de contos do Bukowski chamado 'Hot water music', que tem uma das piores traduções de título já feitas na história. 'Numa fria'. Gostaria de saber o que se passou na cabeça do Marcos Santarrita quando ele traduziu isso. Puuuuuuxa. Péssimo título. Mas o que vem ao caso é o livro. Alguns contos eu achei meio chatos. Outros meio enrolados. Mas os outros são muito bons. Acabei de ler também o ‘Hollywood’, do Bukowski. Muito bom. Muito engraçado. Muito fácil de ler. Neste ele conta a história de quando ele escreveu um roteiro para um filme.
Acho que toda essa leitura quer dizer alguma coisa. Eu só leio tão compulsivamente assim quando não quero pensar muito a respeito de nada. Nada além de livros. Enfim...
Este fim de semana o pai veio para cá. Sábado a noite toda a família foi jantar fora, pra comemorar o meu aniversário. A gente encontrou o Léozin no caminho e ele foi com a gente. Foi legal. Estava com saudades do Léo. E ultimamente não tenho achado tão ruim assim passar tempo com a minha família. Não morro de amores por eles, mas consigo passar mais tempo no mesmo ambiente que eles.
Quarta-feira é o meu aniversário. Vinte e um e nenhuma idéia do que vai acontecer. Deve ser porque nada vai acontecer. Nada nunca acontece. Eu não tenho muitas expectativas. A única coisa que eu estou esperando acontecer é acabar este ano idiota. Aliás, este fim de semana também não ajudou muito. Está no fim e parece que nem começou ainda.
E eu não estou com saco de escrever, o que me assusta. É que eu tenho as idéias, tenho textos prontos na minha cabeça, mas não estou com vontade de escrevê-los. Ainda. Daqui uns dias eu me ataco e escrevo. Na verdade, eu tenho que primeiro acabar umas traduções. É isso que está me atrapalhando. Eu sei que tenho que fazer este trabalho, mas não tenho a mínima vontade. E fico adiando. E me enrolando cada vez mais. E cada vez que eu vou começar alguma coisa eu me sinto culpada, porque sei que deveria estar trabalhando, e ai desisto de fazer qualquer coisa e me afundo mais uma vez em livros. Preciso parar de fazer isso. Agora.
Noite Fria
(Charles Bukowski)

Leslie andava sob as palmeiras. Parou diante de um cocô de cachorro. Eram dez e quinze da noite em Hollywood leste. O mercado subira 22 pontos naquele dia e os especialistas não sabiam explicar o motivo. Eram muito melhores para explicar quando o mercado caía. A catástrofe deixava-os felizes. Fazia frio em Hollywood leste. Leslie abotoou o botão de cima do casaco e teve um arrepio. Curvou os ombros contra o frio.
Um homenzinho de chapéu de feltro cinza aproximou-se dele. O rosto parecia a frente de uma melancia, sem expressão. Leslie pegou um cigarro e atravessou o caminho do homenzinho. O outro tinha seus quarenta e cinco anos, um metro e sessenta e poucos, uns setenta quilos talvez.

- Tem fósforo, senhor? - ele perguntou ao homem.
- Ah, sim...

O homem enfiou a mão no bolso e enquanto fazia isso Leslie meteu-lhe o joelho nas virilhas. O homem rosnou e curvou-se, e Leslie deu-lhe uma porrada atrás de uma das orelhas. Quando o homem caiu, Leslie ajoelhou-se, sacou a faca e cortou-lhe a garganta, ao frio luar de Hollywood leste.
Foi tudo muito estranho. Foi como um sonho meio lembrado. Leslie não sabia ao certo se aquilo estava acontecendo de fato ou não. A princípio, o sangue pareceu hesitar, era apenas um corte profundo, depois o sangue esguichou. Leslie recuou enjoado. Levantou-se, afastou-se. Depois voltou, meteu a mão no bolso do homem, encontrou os fóscoros, levantou-se, acendeu o cigarro e afastou-se rua abaixo, em direção a seu apartamento. Leslie nunca tinha fósforos suficiente, a gente sempre vivia sem fósforos, ao que parecia. Fósforos e esferográficas...
Leslie sentou-se com um uísque com água. O rádio tocava Copeland. Bem, Copeland não era grande coisa, mas era melhor que Sinatra. A gente pegava o que conseguia e tentava satisfazer-se. Era o que seu velho lhe dizia. Foda-se seu velho. Fodam-se todos os meninos de Jesus. Foda-se Billy Graham.
Ouviu uma batida na porta. Era Sonny, o garoto louro que morava defronte dele, no lado oposto do pátio. Sonny era meio homem e meio pau, e vivia confuso. A maioria dos caras de pau grande tinha problemas quando acabava a trepada. Mas Sonny era mais legal que a maioria; era suave, era delicado e tinha um pouco de inteligência. Às vezes era até engraçado.
- Escuta, Leslie, quero falar com você uns minutos.
- Tudo bem. Mas, merda, estou cansado. Passei o dia todo nas corridas.
- Mal, hum?
- Quando voltei ao estacionamento, depois que acabou, descobri que um filho da puta tinha arrancado meu pára-choque ao sair. Isso é uma merda, você sabe.
- Como se saiu com os cavalinhos?
- Ganhei duzentos e oitenta dólares. Mas estou cansado.
- Tudo bem, não vou demorar muito.
- Tudo bem? Que é que há? Sua velha? Por que não dá umas porradas pra valer em sua velha? Os dois vçao se sentir melhor.
- Não, minha velha está bem. Só que...merda, eu não sei. Essas coisas, você sabe. Parece que não consigo entrar em nada. Parece que não me ligo. Tudo travado. Todas as cartas tomadas.
- Porra, isso é normal. A vida é um jogo unilateral. Mas você só tem vinte e sete anos, talvez dê sorte em alguma coisa, de algum modo.
- Que fazia você quando tinha minha idade?
- Estava pior que você. Ficava deitado no escuro à noite, bêbado, na rua, esperando que alguém me atropelasse. Não dei sorte.
- Não conseguia pensar em outra saída?
- Isso é uma das coisas mais difíceis, imaginar qual deve ser a primeira jogada da gente.
- É... Tudo parece tão inútil.
- Nós matamos o filho de Deus. Acha que aquele Sacana vai nos perdoar? Eu posso ser louco, mas sei que Ele não vai!
- Você só fica sentado aí, com seu roupão rasgado, e passa metade do tempo bêbado, mas eu sei que é mais são do que qualquer um que eu conheço.
- Opa, gosto disso. Você conhece muita gente?

Sonny apenas deu de ombros.

- O que eu preciso saber é se há uma saída. Há alguma espécie de saída?
- Garoto, não há saída. Os analistas aconcelham a gente a jogar xadrez ou colecionar selos ou jogar bilhar. Qualquer coisa, menos pensar nos problemas maiores.
- Xadres é um saco.
- Tudo é um saco. Não há como escapar. Sabe que alguns vagabundos de antigamente tatuavam no braço: "NASCIDO PARA MORRER." Por mais primitivo que pareça isso, é sabedoria fundamental.
- Que acha que os vagabundos tatuariam no braço hoje?
- Não sei. Na certa alguma coisa tipo "JESUS BARBEIA".*
- Não podemos fugir de Deus, podemos?
- Talvez Ele não possa fugir de nós.
- Bem, escuta, é sempre bom conversar com você. Sempre me sinto melhor depois de conversar com você.
- Quando quiser, garoto.

Sonny levantou-se, abriu a porta, fechou-a e se foi. Leslie serviu outro uísque com água. Bem, os Rams de Los Angeles tinham formado sua linha de defesa. Uma boa jogada. Tudo na vida evoluía para a DEFESA. A Cortina de Ferro, a mente de ferro, a vida de ferro. Um treinador realmente durão ia acabar mandando chutar no ar toda vez que sua equipe pegasse a bola, e jamais perderia o jogo.
Leslie acabou o seu uísque, baixou as calças e coçou o rabo, enterrando os dedos. As pessoas que curavam suas hemorróidas eram idiotas. Quando não havia ninguém mais em volta, era melhor do que ficar sozinho. Leslie serviu-se outro uísque. O telefone tocou.

- Alô?

Era Francine. Francine gostava de impressioná-lo. Gostava de achar que o impressionava. Mas era uma chata elefantina. Leslie muitas vezes pensava em como era bom deixando que ela o chateasse daquele jeito. O cara médio bateria o telefone na cara dela como uma guilhotina.
Quem escrevera aquele excelente ensaio sobre a guilhotina? Camus? Era, Camus. Camus tinha sido um chato, também. Mas o ensaio sobre a guilhotina e O Estrangeiro eram sensacionais.

- Almocei hoje no Bervely Hills Hotel - ela disse. - Tive uma mesa só pra mim. Salada e drinques. Dustin Hoffman estava lá, e algumas outras estrelas de cinema também. Conversei com as pessoas sentadas perto e elas sorriram e balançaram a cabeça, mesas inteiras de sorrisos e acenos de cabeça, carinhas amarelas como narcisos. Continuei falando e eles sorrindo. Achavam que eu era alguma doida, e o jeito de se livrarem era sorrindo. Foram ficando cada vez mais nervosos. Você entende?
- Claro.
- Achei que você gostaria de saber disso.
- É...
- Está sozinho? Quem companhia?
- Esta noite estou realmente cansado, Francine.

Após algum tempo Francine desligou. Leslie despiu-se, tornou a coçar o rabo e entrou no banheiro. Correu o fio dental entre os poucos dentes que lhe restavam. Que feiúra, aquelas coisas penduradas. Devia espatifar os dentes restantes com um martelo. Todas as brigas de beco que tivera e ninguém pegara os dentes da frente. Bem, tudo acabaria ficando bem. Acabado. Leslie pôs Crest na escova elétrica e tentou ganhar algum tempo.
Depois disso, sentou-se na cama por um longo tempo, com um último uísque e um cigarro. Pelo menos era alguma coisa a fazer enquanto se esperava para ver no que daria. Ele olhou a caixa de fósforos em sua mão, e de repente lembrou-se que era a que tirara do homem da cara de melancia. O pensamento espantou-o. Aquilo tinha acontecido de fato ou não? Ele fitava a caixa de fósforos, imaginando. Olhou a tampa:

1.000 RÓTULOS PERSONALIZADOS
COM SEU NOME E ENDEREÇO
APENAS 1 DÓLAR


Bem, pensou, isso não parece um mau negócio.


---
* "JESUS SHAVES" - Trocadilho com saves (salva), de "Jesus saves", com shaves (barbeia).
Estou em fase de mudança de template. Tenham calma.

terça-feira, novembro 25, 2003

Ontem eu falei com a tosca na nãrds e ela me pediu pra postar. Então aqui está: ooooooi tosca.

domingo, novembro 16, 2003

Estou fazendo esta lista há um bom tempo, mas nunca consigo acabar. A verdade é que nada vai mudar na minha vida, mas, às vezes é legal fingir que vai. Até agora eu só tinha duas coisas na lista. Agora a pouco, depois de falar com o Sym, eu me lembrei de mais uma.

5 coisas que vão mudar na minha vida quando eu fizer 21 anos

* Vou poder tirar porte de arma
* Vou poder beber, legalmente, nos Estados Unidos
* Posso ser acusada, legalmente, por pedofilia. Em qualquer país do mundo.
* [BLANK]
* [BLANK]
O que fazer quando se escuta ele falando do sogro dele?
Sabe o que é engraçado? Eu ter acordado às 7 da manhã hoje, um Domingo. E não porque eu simplesmente acordei. Eu coloquei o despertador pra acordar esta hora. 7:01 AM. Sim, eu agora tenho a mania de sempre colocar o despertador um minuto depois do que eu quero acordar. Então eu acordei, enrolei um tempo na cama e levantei. E então outra coisa engraçada aconteceu. Eu fiquei conversando com o Ricardo (||-=ANPHISBENAH=-||) no ICQ. Passamos uma meia hora trovando. Um dia que começa assim tem toda a cara de que vai ser engraçado. Espero não estar enganada.

sábado, novembro 15, 2003

Às vezes eu preciso tanto conversar com o Smash...
=~
Eu sei que eu não tenho postado muito. Mas é que, sei lá, ando sem saco pra falar de mim mesma. Até porque nada parece acontece. Pelo menos não coisas que eu queira contar. As coisas engraçadas que acontecem, eu conto pra quem eu acho que deve saber. Penso muito em acabar com esse blog. Mas, me apeguei a ele. Não sei. Então, por agora, eu continuo.
Fiz um trabalho para a minha irmã e outro para o meu cunhado. Tem sido legal trabalhar. Apesar de eu me irritar às vezes, eu estou gostando disso. Precisava de alguma coisa pra fazer mesmo. E também, preciso de dinheiro.
Meu pai chegou hoje e já está indo para Santa Maria amanhã, depois do almoço. Não tenho muito oque falar sobre isso. Ele está bem, aparentemente. Voltou mais gordo de lá. E absurdamente queimado de sol.
Fui no Bambu's ontem, apesar de não ter muita vontade de ir lá. Mas foi legal. O Sym foi também, e pela primeira vez a gente conversou mais. As pessoas me monopolizam e eu quase não conseguia dar atenção pro Sym nos outros dias. Isso fazia eu me sentir mal. Mas ontem foi legal. A gente ficou no Bambu's até a hora do primeiro T9. Fazia muito tempo que eu não voltava pra casa no primeiro T9. Ultimamente eu tenho ido pra casa da Japa depois do Bambu's.
Hoje tinha um festival que eu queria ir, mas não ia deixar o meu pai sozinho. Precisava fazer um pouco de companhia pra ele. Amanhã acho que vou no Scaler.
Pronto. Cansei já.

sexta-feira, novembro 14, 2003

É malígno e ele vai ter que voltar pra cá pra fazer quimio e tirar o tumor.

terça-feira, novembro 11, 2003

Agora sim. Fui.
Já que a única coisa que eu consigo pensar em fazer agora é matar um pouco de tempo, vou postar de uma vez umas partes do livro 'Mulheres' do Bukowski. Só umas frases dele.

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Só ir vivendo até morrer já dá muito trabalho.

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Não que ele fosse má companhia, mas é que a maioria das pessoas simplesmente não me interessa.

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falando sobre mulheres em geral
Elas levavam vantagem sobre a gente: planejavam melhor as coisas, eram mais organizadas. Enquanto os homens viam futebol, tomavam cerveja ou jogavam boliche, elas, as mulheres, pensavam na gente, concentradas, estudiosas, decididas: a nos aceitar, a nos descartar, a nos trocar, a nos matar ou simplesmente a nos abandonar. No fim das contas, pouco importava; seja lá o que decidissem, a gente acabava mesmo na solidão e na loucura.

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- Você é o Hanry Chinaski?
Era voz de rapaz.
- Sou.
- Henry Chinaski, o escritor?
- É.
- É mesmo?
- É.
- Bom, a gente é uma turma aqui de Bel Air, sabe, e a gente curte muito o seu barato, cara! A gente gosta tanto, que a gente vai te dar um prêmio, viu!
- Opa!
- Pois é, a gente vai baixar aí com umas dúzias de cervejas.
- Pode enfiar a cerveja no seu cu.
- Quê?!
- Eu disse: "enfia a cerveja no cu!'.
Desliguei.
- Quem era? - Perguntou Sara.
- Acabei de perder três ou quatro leitores de Bel Air. Mas valeu a pena.

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As relações humanas nunca funcionavam mesmo. Só as primeiras duas semanas tinham alguns tchas; a partir daí, os parceiros perdiam o interesse. Caíam as máscaras e as verdadeiras pessoas começavam a aflorar: maníacas, imbecis, dementes, vingativas, sádicas, assassinas.
Eu já tinha notado que a duração máxima de uma história entre duas pessoas era de dois anos e meio. O rei Mongut do Sião tinha 9 mil esposas e concubinas; o rei Salõmão, do Velho Testamento, tinha 700 esposas; Augusto, o Forte, da Saxônia, tinha 365 mulheres, uma para cada dia do ano. Segurança em números.
Pense bem, 9 mil divididas por 365 dias. Sem brigas. Sem períodos menstruais. Sem sobrecarga psíquica. Só farra, farra e farra. Deve ter sido muito difícil pro rei Mongut aceitar a morte - ou muito fácil. Não deve ter havido meio-termo.

---

- Vai ver, ele tá apaixonado por você. Melhor ser boazinha com ele.
- Você é bonzinho com as pessoas que te amam?
- Não, não sou.
- Por quê?
- Sou muito infantil. Não sei lidar com essas coisas.
Eu não sei durante quanto tempo mais eu vou conseguir suportar isso. Tanto o mouse, como o resto.
Travou o mouse.
Nem. Deu preguiça.
Acho que vou comer.
Log 4 (Japa e Nati. Depois a gente conversa sobre o resto desse log. hehehehe Eu nem quase morri rindio conversando com o toko até.)

[gospel] tu podia fazer uma mão entao pra nós jah que você curte
[gospel] podia fazer um site descente pra genti...
[gospel] o que achas ?
[wretched] tu sabe q eu já tinha pensado em si pá me oferecer
[wretched] mas achei melhor nem falar nada
[wretched] sei lá...
[gospel] ---====:P
[gospel] porque não ?
[wretched] tenho beeeeeeellas lembranças de conversas sobre favores com vocês
[gospel] boba
[wretched] ueheuehuehuehuehe
[gospel] huahuahuhuhauhuahuahuahuhauhauhauhuahuhauah
[gospel] huahuahuhuhauhuahuahuahuhauhauhauhuahuhauah
[gospel] huahuahuhuhauhuahuahuahuhauhauhauhuahuhauah
[gospel] huahuahuhuhauhuahuahuahuhauhauhauhuahuhauah
[wretched] achei melhor não me mete
[wretched] ehuheuehueheuheuheuhe
[wretched] ehuheuehueheuheuheuhe

[EDITADO]

[wretched] é...
[wretched] mas não se pode negar q ele é um
[gospel] porque a gente curte o trampo dele*
[wretched] beeeeeeeeeeeelllllllllllllooooooooo baterista
[wretched] ueheuehueheuheuhehue
[gospel] é...
[gospel] hauhuahuahuhauhauhuahuahuahuahuahuhauhuahuaha
[gospel] hauhuahuahuhauhauhuahuahuahuahuahuhauhuahuaha
[gospel] hauhuahuahuhauhauhuahuahuahuahuahuhauhuahuaha
[gospel] hauhuahuahuhauhauhuahuahuahuahuahuhauhuahuaha
[gospel] hauhuahuahuhauhauhuahuahuahuahuahuhauhuahuaha
[gospel] hauhuahuahuhauhauhuahuahuahuahuahuhauhuahuaha
[gospel] hauhuahuahuhauhauhuahuahuahuahuahuhauhuahuaha

[wretched] ai meo...eu adoro fala beeeeeello
[wretched] heuheuehueheuehueheuehe
[wretched] heuheuehueheuehueheuehe
[wretched] heuheuehueheuehueheuehe
[wretched] heuheuehueheuehueheuehe
[gospel] hauhuahuahuhauhauhuahuahuahuahuahuhauhuahuaha
[gospel] hauhuahuahuhauhauhuahuahuahuahuahuhauhuahuaha
[gospel] hauhuahuahuhauhauhuahuahuahuahuahuhauhuahuaha
[gospel] realmente ele é um belo baterista mesmo
[wretched] esses dias falando com o meu pai no telefone
[wretched] ele falo q tava numa bela casa lá
[wretched] e eu: heuheuehueheuheuheuheuehuehuehueheuhe
[wretched] morriiiiiiiii pai
[wretched] morriiiiiii
[wretched] e ele ENTENDEU
[gospel] hauhuahuahuahuahuahuhauhauhahauhuahuahuhaa
[gospel] hauhuahuahuahuahuahuhauhauhahauhuahuahuhaa
[gospel] hauhuahuahuahuahuahuhauhauhahauhuahuahuhaa
Log 3

atifu has quit IRC (Leaving: xau pessoas!!!!alguem sabi u q eh um poligono?????? )
[crematorio-RedMoon] melhor.quit.q.eu.já.vi
Log 2 (Smash, deixa de ser chato e lê isso.)

[crematorio-RedMoon] vamo.cruza.os.meus.espermatozoides.com.os.dele*
[crematorio-RedMoon] a.gente.termina.num.copinhu
[crematorio-RedMoon] dae.batemo.no.liquidificador
[crematorio-RedMoon] dae.inseminamo.artificialmente.na.julia
[crematorio-RedMoon] dae
[crematorio-RedMoon] quando.nascer
[crematorio-RedMoon] a.gente.atrofia.a.cabeca.do.moleke.com.filme.de.terror.e.porno.e.comedia.e.metal
[crematorio-RedMoon] enche.ele.de.maconha.dos.21.aos.25.anos
[crematorio-RedMoon] pronto
[crematorio-RedMoon] vualá
[crematorio-RedMoon] teu.marido
[Phibes] ehuehuehueheuheuheuheuehuheue
[Phibes] acho q vai leva tempo demais
[Phibes] se bem q não
[Phibes] eu gosto de bacinhos
[crematorio-RedMoon] pedofila
[Phibes] yeah beibe
[Phibes] \o/
[crematorio-RedMoon] essa.é.a.frase.mais.propria.mesmo

*Do Smash, obviamente.
Log 1

[Molestada_Nina_Muerta] uma vez
[Molestada_Nina_Muerta] disseram
[Molestada_Nina_Muerta] q a porra
[Molestada_Nina_Muerta] tem gosto
[Molestada_Nina_Muerta] d mousse d laranja
[Molestada_Nina_Muerta] é verdade sol?
[Sol] vc nunca comei mousse de laranja???

domingo, novembro 09, 2003

Finais de semana cada vez mais coerentes. Puxa. Coisas muito estranhas aconteceram. E, apesar de eu estar com vontade de escrever a respeito e contar tudo que aconteceu, eu não vou. Não agora. Preciso antes dormir um pouco. Dormir não, vou me deitar e ler um pouco. Preciso ficar quieta por um tempo. Depois de um fim de semana de coisas que eu não entendi, eu acho que eu mereço um pouco de descanço.

sábado, novembro 08, 2003

Então, prometo pelo Smash que vou me cuidar mais. Não adianta eu saber que não me faz bem, eu não me importo muito comigo mesma. O Smash eu amo. Ele quer que eu me cuide mais? Certo. Cuidarei. Pela Goo também, claro. As duas únicas pessoas que prestam de verdade nesse mundo. hehehe Eu só sei que acabei de entrar pra lista de 5 péssimas pessoas. É. Consegui. Me tornei uma péssima pessoa. Well, it took a lot of work to be the ass I am. And I'm really damn sure that anyone can, equally easily fuck me over.
[Snot] sei lá
[Snot] não adianta
[Snot] eu não consigo me imagina com ninguém
[Snot] as duas unicas pessoas boas o suficiente pra namora, eu não consigo sinti nada desse tipo por eles
[Snot] tu* e o léo
[Snot] euheuehuehue
[Snot] to fodida

*Smash, obviamente.

sexta-feira, novembro 07, 2003

Well, it took a lot of work to be the ass that I am
And I'm real damn sure that anyone can
Equally easily fuck you over
Chega de 2003. Sério. Cansou já. Chega dessa palhaçada. Eu sei que passou rápido. Eu sei que falta pouco pra acabar. Mas chega uma hora que não se suporta mais. Deu. 2003 já deu oque tinha que dar. Aliás, nem isso deu muito bem. Não que eu tenha expectativas de melhora para 2004, pessimismo em primeiro ligar, mas pelo menos não vai mais ser 2003. Nunca achei que eu pudesse odiar tanto um ano.
Eu só queria deitar a cabeça no colo de alguém e dormir.
Eu estou com medo. Falei com o meu pai hoje. Ele ainda não sabe nada do tumor. Segunda-feira ele vai no médico mais uma vez. Ele disse pra mim não ficar com medo, que eu não tenho porque ter medo. Que não é pra mim pensar que ele vai morrer, porque ele não vai. Ele disse que ainda tem muito oque fazer por mim. Coitado. Tenho pena dele, tentando fazer por mim coisas que nem eu tenho vontade de fazer por mim mesma. Tenho pena de mim, por ser tão idiota e não ser uma boa pessoa. Eu fico imóvel diante dos meus medos. Eu tenho medo de me mexer. Eu tenho muito medo. Eu ando com mudanças de humor repentinas. Eu ando sem vontade de ver pessoas. Eu ando vivendo a minha vida só dentro da minha cabeça. Eu não faço planos, eu invendo mesmo. Coisas que nunca, NUNCA, aconteceram. Eu tento imaginar que elas são verdade. Eu tento me enganar. O único modo que eu consigo ser feliz, que eu consigo me imaginar feliz, é na minha cabeça. E nem assim, às vezes eu acabo imaginando coisas horríveis pra mim mesma. Eu estou com medo. Eu tenho que pagar as contas. Isso está me deixando nervosa. Estou com o condomínio atrasado. Não que eu não tenha dinheiro pra pagar, mas porque eu não vou pagar. E depois acabo gastando o dinheiro e deixo pra ir pagar da próxima vez que o meu pai manda dinheiro. Sério mesmo. Da próxima vez que ele mandar dinheiro, eu vou pagar a porra do condomínio. Cansei de ficar pensando nisso. Cansei de ficar pensando. Cansei de ficar. Sei lá. Cansei.
Coisas estranhas se passam pela minha cabeça.
Nada de interessante pra contar. Não fiz porra nenhuma a semana toda. Li bons livros. Vi bons filmes. Dormi boas horas de sono tranquilo. Comi razoavelmente bem. Queria ter comido mais comida de gente normal. Senti uma saudade absurda do Orlando. Não sei o motivo. Deve ser porque a gente quase não tem mais tempo pra conversar. E quando a gente se encontra na nãrds, as vezes tem gente que não responde, sabe? Poisé, ai dificulta um pouco as coisas. Mas tudo bem. Eu amo aquele idiota. E eu senti muita vontade de falar pro jotapê que eu amo ele e que eu sinto falta dele. Mas Sábado nós vamos tirar fotos e vai ser divertido. Tirando o fato de que nós vamos tirar fotos. Mas, fazer oque? Ele conseguiu me convencer que era uma boa idéia. Agora eu já aceitei. Azar é de vocês que vão ter que ver as fotos no fotolog depois. Que mais? Queria não ter sido uma pessoa ruim e ter ido no centro com a minha irmã e no cinema com o léo. Não adianta, eu mudo de humor de uma hora para a outra e simplesmente não consigo fazer certas coisas. Já falei que voltei com os amigos imaginários? Alguns antigos, umas caras novas. Umas que me assustam um pouco. Não é bem isso. O que me assusta é o fato de elas serem quem são. Não vou explicar os meus amigos. Enfim. Estou com saudade da Purples (como vai o peito? o esquerdo aceitou bem o parceiro novo? ouvi falar que ele ficou muito abalado com a morte do antigo parceiro. dizem que eram como irmãos. coitado...) e da Clas (vai voltar a postar quando? anda muito ocudapa limpando o aquario pra volta do peixe? eu vou sugerir ao ricardo que leve o satan* lá pra dar um jeito nesse peixe. ¬¬). Não sei se tenho mais nada pra falar. Ando com duas idéias de textos pra escrever. Acho que vou fazer isso. E Heineken é vida. Té amanha, pessoas. Amotu vcssabemquemsao. /me macia ao extremo hoje

*aposto como só a Purples e a Clas sentiram o duplo sentido na história de 'levar o satan'. satan? quem? ricardo? satan? o demo? o gato? comoéquié?
Eu preciso fazer isso. Tentem entender.

Modest Mouse - Breakthrough

I got one two three four
Five, six, six, six
Running round the neighborhood
Perjorative, "Jinx." he said the groom's
Down on me cuz he ate the rice
It was well intentioned but bad advice
Hell yeah, yeah, yeah
Let it breakthrough, oh let breakthrough [x4]
Open the curtain and let in some sky
it's almost half past two, and you can tell by the light
Open your window, and let in the atmosphere!
Let it breakthrough, oh let breakthrough [x4]
I was inverted, I mean converted
I mean I don't understand

quinta-feira, novembro 06, 2003

Finalmente o Comentar se deu conta que aquelas bolinhas amarelas, espalhadas pelos blogs nãrds afora, eram feias demais. Tudo bem que aquele baner na janela dos comentários não ficou muito boa também, mas pelo menos fica mais escondidinho.
Não adianta. Pessoas são egoístas, não importa o que digam sobre amizade.
Eu acabei de ver a propaganda do TVFone, lançamento da Brasil Telecom. Na propaganda a família está falando com os avós e tal. Coisa bem família. É. Vai ser BEM ASSIM que as pessoas vão usar isso. É. A putaria vai correr solta.
hehehhehehehehehehe

terça-feira, novembro 04, 2003

Bom, não consegui ver os filmes que eu queria. Não todos eles. A locadora aqui de perto de casa não tem 'A fantástica fabrica de chocolate'. Mas tinha 'Edward, mãos de tesoura'. Decidi ver só este mesmo. Não tinha como eu pedir tele-entrega da Espaço vídeo e nem fodendo eu iria até lá. Não hoje, pelo menos. Então acabei alugando só o Ed memso.
Era aniversário da minha irmã hoje. Consegui lembrar disso, pra variar um pouco. Fui na casa dela jantar e tal. Foi legal. As minhas sobrinhas me deixam feliz. Ainda mais que a Cecília começou a repetir tudo que falam pra ela. E eu fico tentando fazer ela falar palavras diferentes. Esses dias eu consegui fazer ela dizer 'misti'. Acho que com mais umas semanas de treino ela fala 'Misfits' perfeitamente.
Esqueci de um detalhe. Enquanto eu ia da locadora até a casa da minha irmã, aconteceu um negócio engraçado. Eu estava caminhando na rua, viajando total (não sei se vocês sabem mas grande parte dos meus textos são escritos na rua enquanto eu caminho de um lugar para o outro). Ai eu vi um cara e eu sabia que eu sabia quem ele era. Ele me viu também, viu que eu fiquei olhando e ficou me olhando. Precisamos de uns dois segundos pra conseguirmos nos reconhecer. E por incrível que pareça a gente ainda sabia o nome um do outro.
Era o Mauro. Ele estudava no mesmo colégio que eu lá em Santa Maria. Faziam, no mínimo, cinco anos que a gente não se via. E agora a gente descobre que é praticamente vizinhos aqui em POA. Eu mal sabia oque dizer pra ele. Foi muito estranho. A gente teve uma história estranha. No colégio a gente era muito macios um pro outro. Acho que foi a primeira vez que eu realmente fui macia na cara-dura com alguém. Eu passava o recreio todo encarando o guri. Era muito engraçado aquilo. Eu e a Lisa. A gente matava aula e ficava escondidas num canto do pátio, fumando. Fumando e encanrando o Mauro. Na real, ele estudava lá de tarde, mas trabalhava lá no turno da manhã. O Mauro foi o primeiro 'negro' que eu gostei. Eu coloquei os olhos nele e me apaixonei. Meio sem motivo. Depois de uns dias nessa coisa de ficar encarando, eu fui falar com ele. E ele era um cara legal, apesar de a gente ter absolutamente nada em comum. Nada. Mesmo.
Nada aconteceu entre a gente. Não deu tempo. Eu sai do colégio um pouco depois de conhecê-lo. Ai eu parei de ligar pra ele. E eu sabia que ele tinha uma namorada em casa (ele era de outra cidade). Então eu esqueci. Um dia a gente se encontrou na rua. Ele me disse que estava indo de volta pra casa. Achei que eu nunca mais ia ver o cara e agora eu encontro ele na Protásio, esquina com a Montenegro. Dei meu telefone pra ele.
Vejamos oque mais aconteceu hoje...
Ganhei um perfume da minha irmã. Isso foi engraçado. É que foi assim. O perfume era dela. Ela ganhou de um amigo italiano que veio pra cá passar umas semanas. Só que a minha irmã tem muitos perfumes. O meu cunhado trabalha pra uma empresa italiana, e volta e meia ele vai pra Europa por causa disso. E sempre ele acaba trazendo um perfume pra ela. Então ela tem perfume demais e não consegue usá-los. Não sei se vocês sabem mas perfume tem data de validade. Então ela perguntou se eu queria o perfume que o amigo dela trouxe, já que ela preferiu os que o marido dela deu. Só que, como a minha irmã é meio fresca, ela tem que dizer certas coisas a respeito do presente que ela vai dar. Pelo menos pra mim ela sempre fala algo do tipo. Eu não gosto desse tipo de coisa mas...fazer oque. Ela é minha irmã então eu dou um desconto.
Enfim, ela me deu o perfume. Engraçado foi o fato de ela achar que eu me importei pelo perfume ser italiano e de um tal de Gai Mattiolo, de quem eu nunca ouvi falar. Aliás, o nome do perfume é 'That's Amore!'. (Exclamações em nomes de coisas é muito estranho. ("The exclamation point in the title scares me. Y'know, it's not just Freud, it's Freud!")) Eu gostei do fato de ganhar um perfume, e que, por sinal, eu achei muito bom. A minha irmã tem dessas coisas. Ela adora falar o preço das coisas. Outra coisa que eu acho estranho é o fato de duas pessoas tão diferentes terem vindo do mesmo lugar, ter tido the same background. Ainda bem que as pessoas são diferentes.
Sobre o filme eu acho que nem tenho oque falar. O Tim Burton é foda. O Johnny Depp é foda. O Vincent Price é foda. A história é foda. Amor é foda. Tristeza é foda. Ficar sozinho é foda. Solidão é foda. (Murderdolls é foda.) Chorei mais uma vez. Eu já vi esse filme várias vezes e vou ver mais muitas outras e acho que sempre vou chorar. E agora eu vou pra cama.

segunda-feira, novembro 03, 2003

/me ouvindo Cradle of Filth - Black Metal (Venom cover)

A versão do COF é 377 milhões de vezes melhor do que a original. Todos os covers que o COF fez até hoje, e que eu já ouvi, achei mehor do que as originais. Até mesmo o cover do Misfits. Enfim... A letra dessa música é muito muito muito engraçada, de certa forma.

Black Metal

Black is the night, metal we fight
Power amps set to explode.
Energy screams, magic and dreams
Satan records the first note.
We chime the bell, chaos and hell
Metal for maniacs pure.
Faster than steel, fortune on wheels
Brain haemorrhage is the cure.

For BLACK METAL
lay down your souls to the gods rock 'n roll

Freaking so wild, nobodys mild
Giving it all that you got.
Wild is so right, metal tonight
Faster than over the top.
Open the door, enter hell's core
Black is the code for tonight.
Atomic force, feel no remorse
Crank up the amps now its night

BLACK METAL

lay down your souls to the gods rock 'n roll
metal ten fold through the deadly black hole
riding hell's stallions bareback and free
taking our chances with raw energy

Come ride the night with us
Rock hard and fight
United my legions we stand
Freak hard and wild for us
Give up your soul
Live for the quest satan's band

Against the odds, black metal gods
Fight to achieve our goal
Casting a spell, leather and hell
Black metal gods rock 'n roll
Building up steam, nuclear screams
War-heads are ready to fight
Black leather hounds, faster than sound
Metal our purpose in life

BLACK METAL

lay down your souls to the gods rock 'n roll

BLACK METAL
Sabe oque eu acabei de descobrir? Que o Vincent Price fez o inventor no 'Edward, mãos de tesoura'. Como faz anos que eu não vejo esse filme, nunca reparei. E também, ele estava bem velho (79 anos) nesse filme, bem diferente das fotos que eu vi dele por ai. Preciso ver esse filme denovo. Acho que vou ver classicos hoje. 'Edward, mãos de tesoura', 'A fantástica fábrica de chocolate' e...
Me ajudem a decidir outro.

domingo, novembro 02, 2003

Mais um pra minha lista de 'Melhores nomes de disco': 'If looks could kill I'd watch you die' do Death by stereo.
Viva o SoulSeek. Ando com vontade de ouvir Elysian Fields. E mais coisas do Modest mouse. E preciso baixar mais Smiths. Ou The cure. Coisas macias. Preciso de Faith no More.
Só mais dois meses nesse maldito ano, hein? Que coisa, não? Mal começou e já vai acabar. 'Já' não me pareceu muito apropriado. O ano passou rápido mas estava na hora de acabar mesmo. Entro com a junkie na campanha 'Chega de 2003'. Foi um ano cansativo. Foi um ano cheio de palhaçadas. Foi um ano com menos dias já que várias vezes eu me esqueci de tudo que aconteceu. Foi um ano com problemas de memória. Não vou escrever sobre este ano. Não agora, pelo menos.
Esse fim de semana foi completamente diferente do usual. Sexta eu não fui pro Bambu's. Fiquei em casa mesmo. A Japa, a junkie e a Malu vieram aqui pra casa. Ai a Malu foi pro Bambu's e lá encontrou o Didi e a Bel, que vieram aqui pra casa. No meio tempo disso, a Goo chegou aqui também. Ficamos vendo filmes e bebendo e conversando merda. Foi legal. Depois todo mundo se foi e eu dormi um pouco enquanto a junkie e a Goo conversavam na sala. Ao meio dia eu acordei e a junkie não me deu mais chance de dormir.
De tarde a Nicka veio aqui pra casa e nós ficamos por aqui decidindo onde ir. Tinha uma festa em Novo Hamburgo que a junkie ia. Nós iamos junto. Não queria ficar em casa e não queria ir pra casa da Japa. Tinha o aniversário do Spiff no Bambu's, mas decidi ir pra NH mesmo e fazer algo diferente. Nós iamos encontrar a mãe da junkie num bar perto da Cristóvão Colombo mas acabou que fodeu (sempre fode) e nós fomos caminhando até o Bambu's. Não tinha muita gente lá. Só dei parabéns pro piffo, falei um pouco com o macio do coiote e com a Nati D e fomos caminhando até a casa da junkie. Vimos uns episódios de Friends e dormimos.
Hoje eu acordei com uma dor desgraçada nas pernas. Não sei do que isso. Não fiz nada fora do comum ontem. A gente só caminhou um pouco (segundo a Nicka é de caminhar), mas acho que não é isso. Normalmente eu caminho bem mais do que noite passada e nunca senti dor por causa disso. Sei lá o que aconteceu. Agora eu cheguei em casa e tomei dois Dorflex. Painkillers. Realmente, essa palavra é bonitinha.
Modest Mouse - Shit Luck

This plane is definately crashing
This boat is obviously sinking
This building's totally burning down
And my, and my (a whole bunch)
And my heart has slowly dried up

(A junkie sempre me apresenta músicas legais, bandas legais, pessoas legais. Sei lá. Eu gosto da junkie. Ela é uma boa pessoa.)

sábado, novembro 01, 2003

Eu cheguei em casa e eram 19:55. Comecei a arrumar a casa. Peguei um saco de lixo e comecei a caminhar pela casa juntando garrafas, pacotes, sacos, tampinhas, papeis, propagandas, envelopes. Muito muito muito lixo. Juntei toda a louça suja na pia. Tirei a roupa da secadora. Coloquei mais roupa na máquina de lavar. Varri o chão. Tirei o pó. Esfreguei com desinfetante. Tirei a roupa da lavadora, coloquei na secadora. Coloquei mais roupa na lavadora. Lavei a louça. Sequei a louça. Juntei todo o lixo e coloquei num canto. Depois deitei no sofá com uma cerveja na mão, fumando BSB, vendo filme. Dormi. Hoje acordei, terminei de arrumar algumas coisas aqui. E depois o dia fodeu.
O entregador da Tele Bebidas derrubou o pacote de longneck e quebrou duas garrafas. Eu tive que ir limpar a bagunça. E cortei o pé. Depois eu fui fazer bolo. Fiz o bolo. Ai fui fazer negrinho pra colocar de cobertura do bolo. Ai, quando eu estava cobrindo o bolo, eu encostei a mão no negrinho e queimei o meu dedo. Está doendo. Fez uma bolha bem na dobra do dedo. É chato porque eu não posso usá-lo pra digitar. Eu não consegui ver os filmes de terror que eu queria ver. Eu não vou conseguir ficar em paz. Eu não vou conseguir ver filme. Eu não vou conseguir ficar bem. Está chovendo e eu não vou no Bambu's.
Pelo menos a Japa trouxe o 'Mulheres' do Bukowski pra mim ler. E tem feira do livro. Quero ir lá comprar alguma coisa. Vou pedir de aniversário pro meu pai.
Subitamente perdi a vontade de escrever.
Faz horas que eu to com vontade de postar uma frase da Japa que foi muito boa, e sempre esqueço. Nós estavamos deitadas na cama dela, conversando sobre sei lá oque. Era alguma coisa sobre oque a gente gostava. Não lembro se era pessoas que a gente gostava, se era bandas que a gente gostava. Sei lá. Só sei que eu estava falando e a Japa me parou e disse: 'Eu gosto do John. Conhece?'
Quando eu nasci eu tive infecção hospitalar e passei uns dias no hospital por causa disso. Tive que tomar umas injeções doloridas e a minha mãe sempre me contou que eles me deixavam sozinhos com a enfermeira pra tomar a injeção enquanto ela e o meu pai ficavam na sala do lado, chorando de pena. Eles não tinham força suficiente pra me ver tomar a droga da injeção.
No meu aniversário de um ano, a minha vó por parte de pai foi para Fortaleza, para a minha festa de aniversário. No dia da festa, ela teve um derrame, e a festa não aconteceu. Os meus pais tiveram que ficar no hospital com a minha vó.
Quando eu tinha 10 anos, esta mesma avó teve que fazer uma operação na garganta (não me lembro porque). Depois dessa operação a voz dela nunca mais foi a mesma. Ela começou a ficar rouca. Cada vez mais rouca.
Quando eu tinha 11 anos o meu pai se acidentou. Bateu de carro bem no meio de um poste. Destruiu o carro. Estava chovendo e ele derrapou e bateu em um poste do outro lado da rua. Depois de muitos anos eu percebi que me falaram que ele derrapou para não dizer que ele estava bêbado.
Ele passou 33 dias na UTI. Quebrou quase todas as costelas, que perfuraram os seus dois pulmões. O desgraçado teve sorte de não perfurar o coração. Quebrou também o pulso esquerdo. Os ossos ficaram em migalhas. Os médicos tiveram que colocar aqueles pinos pra puxar os ossos. Quebrou a cabeça do fêmur esquerdo. Teve que colocar uma placa e uns parafusos ali. Isso fez ele ficar meio manco. É engraçado ver o meu pai caminhando hoje em dia. Os médicos tiveram que quebrar os seu dentes da frente para poderem entubá-lo. Sua cabeça ficou cheia de cacos de vidro. A sua testa é cheia de cicatrizes e até hoje ele tem dois cacos de vidro na cabeça, no meio do cabelo.
Um dia, ainda na UTI, ele teve uma parada cardíaca. Os médicos fizeram de tudo para salvá-lo. Deram 44 daquelas injeções de adrenalina no coração dele. Isso em menos de duas horas. E fizeram aquela massagem cardíaca, o que quebrou de novo algumas de suas costelas em recuperação.
No começo ele estava todo entubado e eu não podia entrar lá para vê-lo. Ele tinha drenos nos dois pulmões, dreno na uretra, tubos entrando pela boca. Estava ligado em muitas maquinas. Depois, quando tiraram os drenos e ele começou a escrever, eu pude ir vê-lo.
No caminho até o hospital a minha irmã me falou que eu não podia chorar na frente do pai, que isso ia deixar ele triste demais. Eu disse que não ia chorar. Ele ainda não podia falar por causa dos tubos na sua boca, mas estava escrevendo, e isso era o suficiente. Ainda estava todo ligado em máquinas. Eu lembro de ficar olhando todas aquelas telinhas indicando coisas que eu não entendia. Lembro também que achei engraçado que o pai tinha uma mecha de cabelo vermelho. Era de iodo, que eles passavam nas cicatrizes da testa e da cabeça. Uma das máquinas começou a fazer um barulho estranho e a minha irmã saiu chorando de lá. Eu fiquei olhando a enfermeira entrar e ver qual era o problema. Não era nada importante. Eu aprendi a viver em hospital nesta época.
Quando eu fiz 12 anos o meu pai foi morar não sei quantos meses em uma clinica de reabilitação de drogados. Devem ter sido uns 6 meses ou algo do tipo. Eu fui vê-lo um dia. Lá eles não podiam comer com garfo e faca e não podiam se barbear sozinhos. A clinica era como um hospital: tinha várias alas. Não gostei de ir lá. Mas era legal saber que o meu pai não estava mais bebendo.
No ano seguinte, a minha vó por parte de pai, aquela que estava perdendo a voz, morreu. Cada vez mais a voz dela piorou, até que chegou um dia que ela parou de falar. A doença que ela tinha era rara. O cérebro parou de comandar a sua boca. Com isso ela parou de falar, no início, e depois ela parou de comer. Não podendo engolir, ela foi ficando fraca. No começo ela dizia o que queria com bilhetes, mas depois que ficou fraca de verdade, ela não podia mais escrever. Parou de se mexer e acabou morrendo de fraqueza. Durante todo esse processo, ela foi para o hospital inúmeras vezes. Pro hospital militar. Era legal ir lá. Eu gostava de ver as armas dos soldados na porta do hospital.
Depois disso a minha outra vó começou a ficar doente também, e a minha mãe era a única que podia cuidar dela. Isso não foi legal. Eu nunca gostei muito de ir na casa dessa minha vó. A gente nunca tece intimidade nenhuma. Eu odiava ir no hospital vê-la. E ela foi pro hospital milhões de vezes. Não tinha nenhuma doença séria. Estava morrendo de velhice mesmo.
Quatro anos se passaram nessa coisa de levar minha vó de casa pro hospital, do hospital pra casa. Era chato. O hospital onde ela ia era chato. Era amarelo. Nunca gostei de hospitais amarelos. Gosto de hospitais verdes, brancos ou azuis. Hospitais amarelos são frios, são desconfortáveis. E eu tinha que ir lá, olhar uma senhora velha deitada em uma cama. A gente não tinha o que conversar. Era chato pra demais. Eu tinha 17 anos quando ela morreu.
Depois dela eu esperei ter uns tempos de paz e longe de hospitais. E realmente ainda ando longe de hospitais. Quando eu tinha 18 a minha mãe fez uma cirurgia para diminuir o estomago. Ela tinha obesidade mórbida. Um dos grampos se soltou e ela acabou morrendo de infecção generalizada. Mas eu nem fui no hospital. Provavelmente eu devia ter ido. Sei lá. Acho que já tive a minha cota de hospitais por um bom tempo. Eu cheguei no hospital alguns minutos depois dela morrer. Passei alguns minutos no hospital e voltei pra casa. Não voltei mais ao hospital. Só no nascimento das minhas sobrinhas e quando eu fui atropelada. E quando eu tive uma crise de sinusite. E quando eu torci o pé. Mas nada sério.
Hoje eu falei com a minha irmã e ela me contou uma coisa que o meu pai não teve coragem de contar ele mesmo. Ele foi num médico um dia desses, pra ver a garganta dele. A voz do meu pai ficou meio rouca depois do acidente. Ontem ele voltou no médico para pegar o resultado do exame. Parece que o médico achou um tumor e acho que o meu pai vai precisar de uma cirurgia pra tirar as amídalas. O meu pai está tentando falar com o meu primo, que faz diagnóstico por imagem, e vai pedir para ele dar uma olhada nos exames pra ver a opinião dele.
Depois que eu desliguei, eu comecei a chorar. Não quero voltar aos hospitais. Cansei. Não quero mais médicos e enfermeiras e curativos e aquele cheiro de hospital. Não quero ter que voltar lá. Não quero ficar pensando que talvez ele tenha a mesma doença da minha vó. Eu não vou agüentar passar por tudo aquilo de novo. Eu não quero ter que ver o meu pai chorando de raiva porque não consegue se comunicar. Era tão triste. Ainda é um pensamento triste. Eu não quero ter que ir no hospital.
Quando eu nasci, eu estava com o cordão umbilical enrolado no pescoço. Talvez isso fosse um sinal.

quarta-feira, outubro 29, 2003

Lextor!
(by Japa)
Faz dias que eu quero postar mas não consigo achar tempo. Não que eu tenha feito muita coisa, mas eu tenho a habilidade de me ocupar com o nada. Não faço nada mas sempre tenho algo pra fazer.
Mas agora que eu consegui achar um tempo pra escrever aqui, não estou com muita vontade. Não é preguiça. Não é falta de vontade de escrever. É só que eu não tô com saco de postar aqui.
Só vou dizer que Sexta-feira é Halloween. E eu, como todos os anos, vou passar a tarde vendo filmes de terror. Ainda não sei quais eu vou alugar, mas pretendo pegar algumas coisas classicas da minha infância e alguma coisa antigona. Se alguém quiser vir, não venha.

domingo, outubro 26, 2003

Então que eu fui pro Bambus ontem, meio cedo. Cheguei lá e eu, a Nati, a Japa e o Miduin ficamos bebendo conhaque ali na frente. Tava lá também o Stink, a Malu, o kverna. Depois chegou também o macio do coiote e a Bru Bru FEIOSONA! (DESLIGA Bru Bru!!!!!!!) Ai chegou o nene com um amigo. Eles estavam de carro lá e ofereceram carona pra ir pra Croco. Como tinha show da Teardown e a gente sabia que uma caralhada de gente ia tá lá, as gurias queriam ir pra lá. Eu queria ficar no Bambu's pra falar com o Sym. Enfim, as gurias foram indo com o nene e eu fiquei no Bambus conversando com o coiote. Ai ele me convenceu a ir. Quando nós começamor a caminhar em direção à 24 de Outubro, passa o nene de carro na nossa frente. Ainda tinha lugar pra uma pessoa. NEM fui junto. Morri com aquela carona! Morri também porque finalmente eu tive a oportunidade de lamber a PEQUENA cicatriz das costas do nene. (Pra quem não sabe, ele teve que operar um pulmão e tem uma cicatriz muito grossa e grande nas coisas. Muito afudê.)
Chegando na Croco, a gente encontrou todo mundo. Muita gente mesmo. E continuamos bebendo conhaque. E tomando uns goles de vodka. E bebendo cerveja. E fumando o beck que a Malu deu de presente pra gente.

<Pausa pra contar do presente que a Malu nos deu>

Ainda lá na frente do Bambus, a Malu deu um livrinho de criança, uma foto dela bacinho e uma caixinha com POUCO beck dentro, pra mim e pra Japa. O melhor presente do ano. hueheuheuh
Malu: Amo tu bacia!!!
=o@@@@@@@@@@@@@

</Pausa pra contar do presente que a Malu nos deu>

Bom...
Depois eu fui me amaciar lá...
Não entrarei em detalhes...

Depois a gente foi caminhando até o Bambu's. De lá a Nati pegou um taxi pra ir pra casa e eu e a Japa pedimos pro Meleu nos acompanhar até a rodoviária. Junto com a gente estava também o Miduim. E junto com o Meleu um bacinho que é macio pra Japa. Ai no meio do caminho o Meleu ficou mais pra trás pra mijar e deu umas das loucas dele e ele sumiu.
Enfim...fim de semana legal!
Amanha espero encontrar o Sym no Scaler. E depois tem show da RHCPCover. Pactupactupéwwww u know. =)
pvt do dia

[Miduim] oh meeeu pq vcs nao me acordaram no trem?
[Miduim] ou vcs tentaram e eu nao levantei ?
[Phibes][Japa] ai clarooooooo Miduim
[Phibes][Japa] ¬¬
[Phibes][Japa] a gente tento pra caraleo te chama
[Phibes][Japa] e nada!
[Phibes][Japa] dae eu te falei
[Phibes][Japa] "tah Miduim, tamos em niteroi, onde tu desce?'
[Phibes][Japa] e nada de tu responde...
[Phibes][Japa] qq aconteceu?
[Miduim] eu acordei as 8 da manha... na estacao farrapos
[Miduim] o trem tava indo pra sao leopoldo
[Miduim] eu axo que eu fui ate sao leo
[Miduim] voltei ate porto alegre
[Miduim] e tava indo pra sao leo denovp
[Miduim] aaaaaaah cachaça e phoda
¬¬
Alt 6 pra esse teste. Se bem que por um lado parece que acertou em cheio.

CWINDOWSDesktopPowerRangeres.jpg
Power Rangers Movie!


What movie Do you Belong in?(many different outcomes!)
brought to you by Quizilla
casablanca
"You must remember this, a kiss is still a
kiss". Your romance is Casablanca. A
classic story of love in trying times, chock
full of both cynicism and hope. You obviously
believe in true love, but you're also
constantly aware of practicality and societal
expectations. That's not always fun, but at
least it's realistic. Try not to let the Nazis
get you down too much.


What Romance Movie Best Represents Your Love Life?
brought to you by Quizilla

quinta-feira, outubro 23, 2003

Vimos Donnie Darko denovo hoje. Entrou pra lista de melhores filmes de todos os tempos. Além de ser um puta filme, ainda tem uma trilha sonora ótima. Uma das músicas fazia anos que eu não ouvia. A letra...é foda.

Tears for Fears - Mad World

All around me are familiar faces
Worn out places, worn out faces
Bright and early for their daily races
Going nowhere, going nowhere
And their tears are filling up their glasses
No expression, no expression
Hide my head I want to drown my sorrow
No tommorow, no tommorow

And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
I find it hard to tell you
'Cos I find it hard to take
When people run in circles
It's a very, very
Mad World

Children waiting for the day they feel good
Happy Birthday, Happy Birthday
Made to feel the way that every child should
Sit and listen, sit and listen
Went to school and I was very nervous
No one knew me, no one knew me
Hello teacher tell me what's my lesson
Look right through me, look right through me

quarta-feira, outubro 22, 2003

E, apesar de me sentir um pouco vazia no momento, eu estou feliz. E não, não explicarei o motivo.
Mas é nóis!
_\m/
Hoje eu tive uma sensação horrível. Não me lembro bem oque eu e a Japa estávamos conversando, mas eu comecei a pensar nas pessoas que eu gosto. E eu comecei a pensar na possibilidade de perder estas pessoas. Eu ando ultimamente pensando muito nisso. Eu tenho pavor da idéia de ver os meus amigos morrerem. Claro que é óbvio que desde sempre eu soube que 'tudo que é vivo, morre', como diria o Chicó. Mas o negócio é que me dói mesmo assim. Eu vou morrer um dia, mas a minha morte não me preocupa. O que me deixa aflita é saber que um dia eu não vou mais poder ver e falar com tal pessoa. Mais aí me vem aquele velho pensamento de que todo mundo vira apenas uma memória um dia e, apesar de ser triste, não se morre por causa disso.
Mas, pensando nisso tudo, eu tomei uma decisão. Antes de morrer (ou que alguém morra) eu preciso falar algumas coisas para algumas pessoas. Já sei por onde começar. Não, não vou postar aqui. Vou falar pessoalmente.
É nóis
\m/_ _\m/

terça-feira, outubro 21, 2003

/me aflita
/me precisa de uma reforma
Como não amar Murderdolls?

Hey Frankenstein, what's on your mind?
Hey dracula, I heard you suck
Now Vincent Price was Dr. Phibes
Come steal my brain Fritz
And take it to Dr. Frankenstein
Well you can knock on ed wood
But it won't do you no good
No, no, no, no good
Cause all of my heroes are dead in Hollywood
Hey Norman Bates, how are your rates?
Hey Leatherface, remove my face
Hey Tall Man, just take my hand
And lead me to your red planet
You're so dead in, dead in Hollywood
Dead, you're so dead in, dead in Hollywood
D. E. A. D. that's how I wanna be
Whoa, dead in Hollywood
Whoa, dead in Hollywood
Whoa, dead in Hollywood
Whoa

segunda-feira, outubro 20, 2003

Ando completamente viciada nessa coisa de fazer templates, por isso, decidi fazer uma página para colocar os meus templates. Aceito pedidos e já aviso que tem fila de espera.

domingo, outubro 19, 2003

Esqueci de falar uma coisa. A Malu vai me dar um presente que eu NEM amei quase até a vida é bela enfim ô. Um amigo dela parou de fumar e deu pra ela sei lá quanto de ASSEMELHADOS. Estes, ela vai repassar um tanto pra mim e outro tanto pra Japa. E hoje, ela tirou a mão do bolso e tinha um tanto de maconha dentro. Ela me deu e disse que agora ela tira a rouba e balança e sai maconha. Do nada. (Do nada, Zé! Do nada!) Nem queria isso acontecendo comigo também. Agora sim, cama.
Tudo fode

Ainda bem que eu decidi ir para o Scaler hoje. Eu não queria ir, achei que ia estar chato, mas acabei me divertindo. Cheguei lá e dei de cara com os porcos, parados bem no meio do Scaler, de camburão e tudo. Fazia tempo que eu não via tanto porco junto. Muito estranho. Desci na Osvaldo e fui indo em direção ao arco. Acabei encontrando a Aline e a gente deu uma volta no Scaler. No meio do caminho até o arco eu encontrei a Ana e o Profaner. Parei para falar com eles e a Aline seguiu em frente. Depois acabei encontrando o Alemão e o Diego com uns outros amigos. Fiquei um tempo com eles e depois a gente foi até o Arco pra poder fumar, já que ali estava cheio de porco. ¬¬
No arco eu encontrei a Malu e só também de conhecidos. Depois vi o Rogério Sym de longe junto com o amigo dele que até hoje eu não sei o nome. Fiquei um tempo conversando com eles e, quando eles foram levar a irmã do Sym até a parada, eu fui sentar perto de uma árvore com uns amigos do Alemão pra poder fumar em paz.
Lá chegou a Goo junto com a Malu. Ficamos um tempo lá e depois voltamos pra frente do arco onde estava a junkie e a Naila. Mais umas gentes chegaram (Fischer e companhia) e a gente fui pra dentro do Scaler, onde estava a Manta com uma amiga. Não demorou muito eu sai de perto. Não estava com humor pra Manta. Voltei pra frente do Scaler com a Malu e a gente encontrou o Sym, o Léo, o chukie e sei lá mais quem. Acabei voltando pra casa com o Sym, de T9.
Passei o tempo todo perguntando: viu a Púrples (lê-se exatamente como se escreve)? Ninguém viu. Nem ela nem a Clas apareceram. Nem a Japa, nem a Nati. Mas foi legal mesmo assim. É divertido sair com pessoas diferentes. Enfim...estou morrendo de preguiça agora. Só tem uma coisa que eu queria fazer agora, mas sei que não vou. E provavelmente não é isso que tu está pensando. Ah! Cansei. Vou pra cama.
Ninguém nunca vai imaginar que eu liguei pra pessoa que eu liguei hoje. Kostantinos Tsitsirikos. Sim, eu liguei pro Kostas. Porque diabos eu fiz isso? Porque diabos eu liguei, pra Grécia, pra falar com um cara que me fez uma das maiores palhaçadas da minha vida? Por que eu precisava colocar um fim nisso. Eu nunca entendi o que aconteceu com a gente (não que agora eu entenda). Não que eu queira entender também. Acho impossível eu conseguir entender aquilo tudo. Mas eu precisava colocar um fim. Eu precisava ter a última palavra. Eu precisava falar com ele só pra saber que ele continua vivo e vivendo a mesma vida de sempre.
Sim, ele ainda estuda Design em Syros, mora no mesmo apartamento, trabalha na mesma agência de publicidade, anda com os mesmos amigos e o sino da Igreja (que fica do lado da casa dele) ainda acorda ele todas as manhãs. Nada mudou na Grécia. Ai ele me pergunta sobre a minha vida, como está. Eu não sabia por onde começar. Eu comecei outra faculdade e larguei, estou fazendo um curso (onde eu não apareço há algumas semanas), vim para Porto Alegre, moro sozinha, perdi amigos, ganhei outros, comecei a escrever sem parar, tive um início de esquizofrenia e continuo me fodendo.
Prefiro mil vezes a minha vida do que a dele. Quando a gente se separou no aeroporto em Londres, cada um foi pro seu lado, eu chorei. Muito. A verdade é que eu não me arrependo nem um pouco. Claro que na época eu gostava muito dele, mas não ia durar. Eu não amava ele o suficiente para morar lá, aguentar as pessoas de lá, ter que aprender aquela lingua bizarra. Nunca ia dar certo. Eu ia acabar vivendo como ele. Morando no mesmo lugar, trabalhando no mesmo lugar, sendo acordada pelo sino todas as manhãs. Eu estou muito melhor aqui e acho que só hoje eu percebi isso.

sábado, outubro 18, 2003

Eu não sei se isso acontece com todo mundo, mas quando eu estou ouvindo uma música, lendo a letra, prestando atenção no que está dizendo, eu passo mal. Obvio que só com músicas que eu consigo relacionar comigo. Eu passo mal. Muito mal. É estranho. Me dá vontade de vomitar. Me dá vontade de gritar. É estranho. Muito estranho.

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BREAK DOWN
and cease all feeling
BURN NOW
what once was breathing
REACH OUT
and you may take my heart away

I left it all behind, and never said goodbye
I left it all behind, and never said goodbye
I left it all behind, and never said goodbye
I left it all to die

I saw its birth
I watched it grow
I felt it change me
I took the life
I ate it slow
Now it consumes me
É o segunte. Eu sei que disse que ia só fazer templates com fotos de amigos e tal. Sei também que faz muito pouco tempo que eu coloquei o template do Coiote no ar. Mas hoje me bateu uma depressão, uma vontade de chorar, um aperto no peito, que eu precisei fazer um template novo pra mim. Wretched Version. E ai está o meu template novo. Só vai ficar no ar enquanto durar esta fase de depressão. Depois eu volto a usar o template do paulinho.
Sabe oque dói em mim? Saber que uma pessoa é triste por causa de um texto que ela escreveu. Sei lá. Me dá vontade de colocar no colo e tentar entender a pessoa. Tentar saber qual é o problema. Tentar saber o que aconteceu em todos os anos anteriores, nos anos em que eu ainda não conhecia a tal pessoa. Acho que é por isso que eu dou colo pra certas pessoas. No fundo eu só queria saber o porque de tudo isso.
Fazia tempos que eu não via um blog que eu achasse tão bom de ler como este aqui ó. É assustador como outras pessoas podem escrever exatamente oque tu queria dizer. Tem muitas vezes que eu leio este blog e me relaciono com a dona dele. O nome dela, admito, não lembro. Quem me conhece, sabe que eu tenho um sério problema de memória e levo um bom tempo pra decorar quem são as pessoas. Eu a chamo de Cher Antoine mesmo. Enfim, lendo o último post dela, sobre a lista de coisas que ela quer fazer antes de morrer, eu decidi fazer uma lista também. E assim como ela, eu quero ver se tomo uma atitude e começo logo a fazer estas coisas. A lista não será publicada, obviamente. É uma coisa minha. Mas tem uma lista que eu queria publicar. A de pessoas que eu não conheço pessoalmente, mas gostaria.

5 pessoas que eu quero conhecer pessoalmente

* Cher Antoine
* Cartier (conheci ele ontem, depois eu conto sobre isso)
* Renata
* José Manuel
* Valia

sexta-feira, outubro 17, 2003

Ai, acho que me viciei em AFI mais uma vez. Não sei se o 'Sing the sorrow' não é o meu disco favorito deles. Sério mesmo. Se não é melhor, é tão bom quanto o 'The art of drowning'. A capacidade do AFI de fazer refrões absurdamente bons (e impossíveis de tirar da cabeça) é igual a capacidade do Misfits. Sem contar que as letras do Davey são maravilhosas.
Preciso admitir uma coisa. Eu amo mais o Davey do que amo o Jerry. Pode ser só porque eu ainda estou de cara com o Jerry e essa palhaçada toda que virou o Misfits. Claro que eu amo o Jerry, mas o Davey é foda. As coisas que ele escreve são foda. Ele cantando é foda. Ele no palco é foda. Ele ama Misifits, e Misfits é foda. As tatuagens dele são foda. Ele também tem um pequeno vício por estrelas. E, além disso tudo, ele é macio pra caraleo.
Mas, voltando ao 'Sing the sorrow'. Eu não consegui escolher uma música preferida desse disco ainda. A 'Silver and cold' não tem como tu ouvir e não ficar com vontade de cantar junto. Eu amo a letra de 'Bleed black' e ela daquelas músicas que dá vontade de 'dançar', sabe? A 'Dancing Through Sunday' é a mesma coisa, e o baixo dela é muito meigo.
Baixem o 'Sing the Sorrow' e escutem as músicas lendo as letras. Total viciante.
"I am destroyed by the inside, I disassociate
I hope to destroy the outside, it will alleviate and elevate me
Like water flowing into lungs, I'm flowing through these days
As morphine tears through deadened veins, I'm numbing in these days

I know what died that night, it can never be brought back to life
Once again, I know
I know I died that night and I'll never be brought back to life
Once again, I know"
Olhem este fotolog.
Eu recebi um email ontem que era algo do tipo 'A letra do seu nome e a sua vida amorosa', ou algo do tipo. Tinha ali todo o alfabeto e em cada letra tinha um parágrafo escrito sobre as características da pessoa. Comecei a baixar o email pra chegar no N e lá só havia escrita uma frase: Você ainda tem muito a aprender.
O negócio está ficando descarado agora. Vão tirar com a minha cara assim no inferno.

quinta-feira, outubro 16, 2003

Sobre o template. Eu sei, não ficou perfeito. Mas eu amei ele mesmo assim, e não tenho dificuldades para ler a letra branca. Parem de reclamar seus chatos. Mas o negócio é o seguinte. Eu vou fazer templates com fotos de pessoas que eu gosto. O próximo já está decidido. Será com o Ruínas da RootsNR. Só os macios.
Esqueci de falar que vamos sair hoje pra comemorar os resultados dos exames. Sim, o da Japinha deu negativo também. Ainda bem que a Manta NEM inventa coisas dos outros. ¬¬
Enfim, vamos sair pra beber e ver se a reforma sai hoje. Quem quiser se encontrar com a gente, estaremos caídas em alguma calçada por perto do Bambu's.
Não Reagente

Busquei o resultado do teste de HIV hoje. É. Tô limpa. Disso eu não morro. Quer dizer. Com o azar que eu tenho, é capaz de terem trocado os exames ou algo do tipo. Sei lá. Pessimismo é o que há.

quarta-feira, outubro 15, 2003

Finalmente peguei o CD do AFI, Sing the sorrow. Não conegui parar de ouvir ainda. É muito bom. Não tem como ouvir 'Dancing Through Sunday' e não ficar com vontade de dançar. Ela ao vivo deve ser perfeita. A 'Death of Seasons' é uma viajem. Começa total AFI cheio de 'Falling stars' e tudo mais. Ai entra uma batida eletrônica e eu fico com cara de "Como assim?", ai volta a ser AFI. Muito bom. Ai ela fica mais lenta. Ai o Davey canta macio umm pouco. Ai volta aos berros. Com backing vocal macio. Um teto prrrrrrreto com bolinhas rosa. Por que ai no final ficam só uns violinos (ou algo do gênero) e o Davey gritando bem de canto. E tem a 'Paper airplanes (Makeshift wings)' que não sei porque diabos eu sempre acabo associando com 'Refused'.
Vou ali pegar o soulseek.
Preciso postar uma letra de música. Sei lá. Passei o dia com ela na cabeça hoje. Até cheguei a colar a letra dessa música pra algumas pessoas no icq. Sei lá porque. Foda-se também.

Blind Pigs - Lost youth

In just a wink of an eye
The best times of your life went by
They're now just photographs
Limited editions of your past
In a more innocent time
Worring was a word unknown
Now problems haunt your head
While you're alone being left alone

Now sit and cry your life flew by
And in the end you'll be the one who didn't live life
(And I remenber how you criticized my life)
Lost your youth acting mature
That's something I known for sure
Lost youth
You lost your youth it drowned so fast
Now it's no use in trying to grasp
Your lost youth

Your innocence died long ago
Frustration controls your soul
Can't go back now you're trapped
In a point of no return

In your narrow minded life
All you do is criticize
What you don't understand
What you don't comprehend

You'll never understand